"O centro da corrupção está na Assembleia da Republica"
diz, Paulo Morais
É ridícula de causar aneurismas esta mania de meia-dúzia de funcionários da Nação, eleitos pelo povo, receberem numa casa que não é deles e sim de todos nós um figurão cuja simples chipala consegue provocar vómitos em catadupa a qualquer pessoa de bem (que são cada vez menos, como está cientificamente comprovado). Podemos encarar essa festarola de estúpidos com uma mais do que justificada repugnância ou com um forçado sentido de humor, talvez a opção mais indicada para uma palhaçada do género.
Em primeiro lugar, o maior responsável por esta teimosa Grande Bambochata é o próprio povo português, proprietário de direito de um palácio que se quereria frequentado por pessoas mais preocupadas em trabalhar do que dedicadas ao absentismo, ao preenchimento de palavras cruzadas e sudoku e ao exercício de surfar na internet. É o povo português que elege tais espécimes, pelo que de que serve queixar-se depois amargamente?
Não é de estranhar que gente que durante anos andou a viajar particularmente para férias ou que se fazia acompanhar pela família, pela porteira, pela mulher a dias, pelo cão e pelo papagaio, em viagens oficiais, tudo à conta do erário público, claro está!, goste de ouvir um poema mal recitado e jantar na companhia do mentor de viagens ao Brasil para árbitros e fiscais de linha. Só falta mesmo convidar alguns agentes de viagens e tratar de escolher os destinos mais exóticos possíveis.
Há gente assim: vive tranquilamente com a sua consciência a despeito de ter as mãos untadas com as maiores trampolinices. Que sejam funcionários da Nação, pouco importa. Já nos habituámos à sua falta de carácter. E talvez valha a pena pensar nisto com calma antes de ir lá colocar o voto da próxima vez.
Há gente assim: vive tranquilamente com a sua consciência a despeito de ter as mãos untadas com as maiores trampolinices. Que sejam funcionários da Nação, pouco importa. Já nos habituámos à sua falta de carácter. E talvez valha a pena pensar nisto com calma antes de ir lá colocar o voto da próxima vez.
Agora resta escolher entre o riso e o vómito. Prefiro o riso. Foi para isso que se inventaram os palhaços.
Afonso Melo