"Gana envia para o Brasil 2,2 milhões de euros para os jogadores defrontarem Portugal. O dinheiro viajou num avião fretado para o efeito e era uma exigência dos internacionais ganeses para não faltarem à partida contra os portugueses."
[no 'Público', há minutos]
Indignados com a ganância dos ganeses?...
Com o mercenarismo subjacente a esta exigência que nada tem a ver com a defesa das cores de um país?...
Então deixem-me contar-lhes esta 'estória' verdadeira.
No dia 5 de Junho de 2000, segunda-feira pelas 8.30 da manhã no Hotel Tivoli onde nos encontrávamos concentrados, dia da partida da 'Seleção Nacional' de futebol para o 'Euro 2000' aprazada para as 15.30, o então seleccionador nacional Humberto Coelho abordou-me e disse-me, liminarmente:
- 'Ou vocês me pagam, também, a quantia de 6.000 contos (mais ou menos 30.000€, hoje) ajustada para todos os jogadores ou...não embarco para a Holanda!'.
Estupefacto perante a 'chantagem' contestei-lhe que os valores que (ele) iria receber, decorrentes da nossa participação no 'Europeu', estavam desde há muito contemplados no contrato que livremente celebrara com a FPF/Gilberto Madail pelo que nada que envolvesse esse assunto, naquele momento, deveria ser colocado em cima da mesa.
Respondeu-me: 'A minha decisão é irreversível! Fala com o Madail.'
Assim fiz.
Dispensando-os à sordidez dos restantes pormenores digo-lhes que pelas 14.30 da tarde, no 1º andar de um espaço no Parque das Nações, junto à escada rolante e na minha presença, no local onde tinha acabado de ser servido um almoço de despedida à comitiva nacional, o então Presidente da Federação disse-lhe:
'O que você está a exigir não é legítimo nem oportuno! Contudo, atendendendo à delicadeza do momento, eu vou ceder. Mas, atenção!, O assunto fica entre nós e livre-se de comunicar esta minha condescendência aos outros elementos da equipa técnica!.'
E assim lá fomos para a Holanda cantando e rindo, levados, levados sim.
Continuam indignados com a ganância dos ganeses?...
Com o mercenarismo subjacente a esta exigência que nada tem a ver com a defesa das cores de um país?...
Eu, não!
ADENDA:
Acabam de me informar de que o mentiroso do Gilberto Madail nega o que contei na entrada anterior.
Nada de novo, portanto. Normal um mentiroso, mentir.
E que Humberto Coelho me vai meter 'um processo em cima'.
Sem novidade, também.
Entre a enorme gama de defeitos que seguramente tenho, um, o de mentiroso, será o último da lista. Por outro lado, quanto às qualidades, nunca inventei nada. Nem a roda, o que, admitamos, teria sido facílimo.
António Boronha, no facebook