«Pinto da Costa não mete medo a ninguém!»
1. Há as encomendas - de entrevistas, de faixas de Campeão, de árbitros amigalhaços para fazerem os fretes do costume, e há as comendas das ditas encomendas. O presidente da Major República de Gondomar aplicou ao presidente do Porto uma comenda de bem comer ou uma bebenda de bem beber, para o caso pouco importa. Foi bonito. Primeiro porque os personagens se merecem amplamente um ao outro; depois porque foi na comarca de Gondomar que o presidente do Porto se tornou no «Campeão Nacional dos arguidos do Futebol português». O único título, ao que sei, que recusa generosamente e pelo qual, também generosamente, resolveu chamar-me a tribunal.
2. E é através dos tribunais, geralmente situados a Oeste de Pecos, que me vou apercebendo da refinadíssima sensibilidade do presidente do Porto. Aborrecido, amachucado, angustiado (segundo testemunhas suas) por uma frase vaga de um artigo meu, que referia haver gente que continua a meter medo nas redacções dos jornais, seguro de que era o alvo único de tão arrasadora pilhéria, avançou de novo para o colo dos juízos à procura de conforto. Acho que ainda vou ter de afirmar na barra que, na verdade, ele não mete é medo a ninguém.
3. Fico a saber - sim, porque não faço tenções de lá pôr os pés - que o museu do Porto, que já foi inaugurado mas estranhamente ainda não abriu, tem um carro pendurado num dos tectos. A imagem trouxe-me à lembrança uma velha viagem de finalistas a Torremolinos. Havia uma discoteca, chamada Piper's, que tinha uma moto pendurada sobre a pista de dança. Para a canalha com pouco mais de 16 anos era um sucesso. Depois crescemos e a ideia que fica é que é simplesmente parolo. Muito parolo!
Afonso de Melo
Planeta Benfica